domingo, 22 de agosto de 2010

mon amour, meu bem, blasfeme.

você cata coquinho e eu penso "que bonitinho"
meu amor parece que nasceu pra isso,
bota o coco no dedo e assume compromisso.
aí a gente mora no mato e toma muito chá,
aí a gente se muda pra itamaracá.
e se beija e se adora cantando ciranda,
e lembra de quando eu gostava de roberta miranda.

e quando você disser "te traí"
só vai ser um jogo de mula e saci.
eu finjo que não acredito e engravido do boto
esqueço do seu comportamento escroto
e a gente se ama se adora e se muda pra holanda
e não vamos mais dançar ciranda
porque as crianças agora fumam um bom
enquanto a mamãe cozinha filé mignon

pimenta malagueta no cu do refresco
naquela igreja tem demônios no afresco
e quando eu olho pra cima eles sorriem pra mim
te veremos logo, demônia mirim
e os anjos espirram alergia ao meu perfume
aquela colônia que meu amor tem ciúme
e eu levanto a saia pra aliviar o calor
e os anjos respondem com um grito de dor

forfun pra mim é nome de playground
a parada boa é hip-hop no surround sound
quando os nêgo vem cambalhotar no xadrez
acendo um cigarro e falo em francês
eu sei que eles gostam de uma moça assim
bem gringa e maluca, mas com ar tupiniquim
balanço a cabeça e agito minha juba
e pra quando cansar tenho uma rede de carnaúba

quando deito na rede pra poder viajar
penso num pão de queijo no céu a vagar
eu pegaria firme com uma vara de pescador
e levaria numa cesta pro meu querido amor
porque ele tem cheiro de doce de compota
que eu sinto e como até dar cambalhota
porque lá nas minas só se come quieto
mas deixo todo mundo ver quando é meu queijo predileto
e aí eu acordo da soneca gostosa
penso no meu amor e em levá-lo a viçosa
porque a serra cearense é bonita
você pensa e repensa e diz que não acredita
aí, meu bem, eu vou te mostrar
que amor não se faz só com a brisa do mar.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

não leiam, é idiota.

Engraçado como pequenos detalhes na minha vida, vindo até mesmo de pessoas que mal conheço, têm me feito refletir mais do que os grandes acontecimentos. Talvez isso aconteça porque eu torno tudo grandioso demais a partir da minha superimaginação; ou talvez porque os fatos grandiosos se tornem ainda maiores a partir da minha superimaginação e isso me dope, me adormeça de certa forma a não me dar conta.
Portanto, peço encarecidamente às pessoas extremamente estúpidas que continuam se apresentando a mim: POR FAVOR, não tentem fazer parte da minha vida, ainda mais se você tem tendências ao DESENCANTAMENTO PRECOCE.

Desencantamento precoce 1- sintoma sofrido por crianças pouco após ganharem um brinquedo novo 2- mania de endeusar as pessoas, acreditar que jamais vai sentir algo do tipo e, puff, do nada dizer que sentiu algo ainda mais forte e mais inédito por aquela sua amiga mais magra e, consequentemente, mais bonita 3- aquela coisa que todo mundo sente uma vez, queira ou não.

O fato é que eu odeio aquela sensação de que quero bater a minha cabeça - de propósito, claro - MUITO forte, até sangrar meus pensamentos fora. Isso não é saudável, ainda mais se, além dos pensamentos, sangrar o couro cabeludo e você tiver que cortar o seu lindo cabelo-fonte-de-segurança-atrativa-ao-sexo-oposto pra dar pontos no corte. Não, eu não fiz isso... já bati a cabeça o bastante quando eu era criança e ficava com raiva. Mas, voltando aos poucos ao meu juízo, concluo que isso não deveria ser feito. Se imagine batendo a cabeça na parede depois de uma chateação por causa de um fulano qualquer. Sim, aquela cena de filme alternativo, tocando Portishead ou alguma música obscura do tipo, você segurando na parede, batendo a cabeça, chorando, borrando a maquiagem, mordendo os lábios, gritando, borrando a maquiagem, chorando, a música ficando mais pesada. Agora pense na dor de cabeça que você iria sentir depois. Dor de cabeça física E emocional, porque as pessoas iam perceber que você bateu a cabeça e se você mentisse pra sair menos idiota na história, ia ficar com peso na consciência porque fez as pessoas terem dó de você por ter mentido que foi pegar o presentinho que você escondeu em cima do armário pro seu irmão não achar e PÁ ele caiu na sua cabeça (o presente, não seu irmão).
Não estou sendo clara nem fazendo sentido. Só precisava escrever. E rápido. E a minha chateação do começo já passou... sem dor de cabeça.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Ele fez aquela cara que as pessoas fazem quando desdobram um guardanapo e o colocam no colo. E lá estava ele, desdobrando o guardanapo e olhando pra ela fingindo estar interessado naquela história de especialização em fisioterapia, que é o seu sonho de infância, que aprendeu a gostar quando quebrou o pé. E ele, claro, pensando nas massagens que ela provavelmente sabe fazer e fazendo o guardanapo levantar... é, ele ainda estava com a cabeça apoiada na mão, olhando pra ela fingindo interesse.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Passion makes you wonder if the sky is red.
Passion makes you wonder if heaven's in your bed.
Then passion makes you see that the sky is bleeding red,
then passion beats you and makes you fall down from your bed.